terça-feira, 15 de janeiro de 2013

MAterial para discipulado part 2


VIVIENDO A CÉLULA

O LÍDER COMO EVANGELISTA DA CÉLULA

1. Relacionamento do Discípulo com os incrédulos

            Líderes são ganhadores de almas (evangelistas). Vejamos a seguir três princípios fundamentais que atestam esta afirmação:

a. Conquistar Pessoas
            Depois de nossa conversão, quanto tempo devemos esperar para evangelizar nossos colegas que ficaram no mundo? Devemos faze-lo imediatamente. Vocês estão aptos para falar das boas novas para eles. Falar das boas novas é testemunhar o que Deus está fazendo na sua vida.
            Você tem muitos relacionamentos antigos, preservados na estrutura em que você vivia anteriormente no mundo. Você não vai abrir mão deles, porque é a melhor pessoa para ganhar-los para Jesus Cristo. Aproveite todas as oportunidades para evangelizá-los.

b. Influenciar as Pessoas (At 26:28)
            Você influencia as pessoas pelo que você vive e não apenas pelo que você fala. Seu testemunho de vida fala mais alto. As pessoas querem ver mudanças em sua vida e isso começa com decisão.
            A pergunta que Deus está te fazendo hoje é a seguinte: Você influencia ou é influenciado? A palavra nos diz que somos SAL da terra e LUZ do mundo (Mt 5:13)

  • SAL: Testemunho de transformação de vida
  • LUZ: Convicção nos princípios da palavra de Deus

c. Leva-los a se tornar um evangelista e discípulo de Cristo (At 8:27-35)
            Nosso propósito está descrito em Mt 28:28-20
            “Mas eu nem conheço a Bíblia direito! Como posso pregar o evangelho para os outros?”
            Se o seu coração está cheio de Deus então apenas fale disso (Mt 12:34) e não se preocupe como você deverá falar (Lc 12:11-12). Do que está cheio o seu coração?
            Encontramos em João 4 uma nova convertida, que imediatamente após seu encontro com Deus, se transformou em uma evangelista eficiente. Qual foi o tempo de preparação para que a mulher samaritana entrasse no ministério? Talvez uma hora ou duas. Jesus não a impediu! Apesar dela não estar pronta para ensinar a outros, estava para evangelizar! Novos convertidos são ótimos para evangelizar, pois são entusiasmados e ainda mantém uma rede de “amigos” não cristãos.
            O que aconteceria se a pessoa que pregou o evangelho para você dissesse que não estava preparado? Se coloque no lugar dela. Talvez você não estivesse hoje aqui. E quantas pessoas estão esperando você abrir a boca e compartilhar do amor de Deus?
            Lembre-se de que vocês são fundamentais para Deus e para nós também. A força do nosso crescimento está nos novos. São eles que serão desafiados a se tornarem líderes. Joe Comiskey afirma que: “As igrejas não fazem a colheita por terem grupos pequenos, mas porque tem trabalhadores para a colheita. O crescimento de uma igreja que usa a estratégia de células está baseada na formação de líderes” (Mt 9:38)
            Algumas pessoas reagem de forma negativa a palavra líder ou liderança pois ela sempre soa como algo ligado a posição e a poder.Mas na realidade líder é alguém que se importa com o outro, disposto a servir a outros com suas habilidades dadas por Deus.
            Quantos novos convertidos temos aqui hoje? Quanto tempo vocês tem de igreja? Os novos convertidos são o futuro da igreja, do ministério (Mt 9:17)
            Mostrem que vocês fazem a diferença e estão do lado do Reino de Deus – Abram suas células! O que é preciso para que a minha liderança de célula de certo? Você precisa entender melhor como funciona o modelo da igreja em células.

ENTENDENDO A ESTRATÉGIA DA IGREJA EM CÉLULAS

            Quantos querem ser líderes prósperos? Quantos gostam de ver seus negócios multiplicarem? Deus também gosta! Nós somos os agentes de multiplicação dos negócios de Deus na terra.

1. Por que multiplicar? Gn 1:28/ Jô 15:7-16

            Você sabe quais foram as primeiras palavras de Deus para o homem quando o criou? “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: FRUTIFICAI E MULTIPLICAI-VOS”
            A palavra “abençoou” no original = BARUC = significa “autorização para”. Aqui se desfaz a dúvida de que a estratégia de evangelismo e multiplicação de células, bem como o estabelecimento de metas não são bíblicas.

“Deus autorizou e ordenou a multiplicação desde o princípio!”

Deus estabeleceu uma ordem:
  • Primeiro Frutificar= Gerar, produzir (ganhar, consolidar e treinar).
  • Depois Multiplicar= aquele que foi gerado e preparado, continua o processo de frutificação e multiplicação (enviar).

MULTIPLICAR É DIFERENTE DE DUPLICAR

Multiplicar: aumentar em grande quantidade.
Ex: 1- 12- 144- 1728- 20736

Duplicar: multiplicar por 02 – dobrar.
Ex: 1- 2- 4 -8- 12- 16

“Deus colocou no homem uma semente capaz de multiplicar-se encher toda a Terra”.

Você conhece a ESCADA DO SUCESSO?

                                  Enviar (Requer Maturidade)
                        Discípular (Requer Paciência)
          Consolidar (Requer Dedicação)
Ganhar (Requer Paixão)

1. Ganhar (II Tm 4:5)
O enfoque deste degrau é o “EVANGELISMO”. Devemos lembrar que o novo convertido tem grandes possibilidades evangelísticas, pois, seus relacionamentos no mundo ainda existem, talvez em menor intensidade devido a sua conversão, mas ainda estão preservados. É importante lembrar que o discípulo precisa da supervisão e proximidade de seu líder neste momento em que está ganhando seus amigos e familiares porque será nesta situação que ele vai ser tentado, receberá propostas para voltar à velha vida.

2. Consolidação (Sl 90:17/ Cl 3:23)
            Consolidar requer dedicação, pois, o bom consolidador é detalhista e se importa verdadeiramente com aquilo que é importante para a pessoa, e não para ele. Ele é capaz de fazer quem está sendo acompanhado por ele, se sentir a pessoa mais interessante do mundo. O enfoque deste degrau é a “LIBERTAÇÃO”. O processo prático de consolidação: fonovisita, visita, revista, pré-encontro, encontro e pós-encontro. A consolidação não deve acontecer apenas na primeira semana, mas toda semana até que a pessoa se torne um líder. Permanecemos consolidando nossos discípulos por toda a vida!

3. Discípular (Tg 5:7-8)
            O enfoque deste degrau é o “ACONSELHAMENTO”. Após processo de libertação e de limpeza da casa, devemos reconstruí-la, ou seja, construir novos valores e conceitos que possam preencher o interior do discípulo. Aqui trabalhamos o processo de cura interior e de reformulação da auto-estima. Muitos não se sentem aptos a responder o chamado de Jesus por não terem uma imagem correta de quem são e de seu potencial, dado por Deus exclusivamente para ele. É no discipulado que somos cuidados, que aprendemos a confrontar nossos conceitos e que desenvolvemos relacionamentos profundos com os nossos irmãos. Esse degrau requer muita paciência, pois, nossos discípulos são como sementes em quem investimos incondicionalmente, mas o tempo da colheita é dado por Deus, pois Ele é quem dá o crescimento (I Cor 3:6). É importante lembrar que é neste estágio que encontramos a Escola de Líderes, local de aprendizado e de aquisição de novos conhecimentos, onde recebemos a capacitação para reproduzir os novos conceitos com maior eficiência.

4. Enviar (II Tm 2:2)
            O enfoque deste degrau são as “CÉLULAS”. O enviar se conecta ao processo estudado anteriormente de cura, pois o líder necessita de saúde para liberar seus discípulos para dar frutos e se tornarem grandes. A maturidade está em fazer um investimento em pessoas que podem ou não permanecer conosco, sempre com a intenção de ganharmos mais vidas para Jesus. A Escada do Sucesso é um ciclo vital que se completa em si mesmo: neste degrau do enviar, retornamos ao primeiro degrau do ganhar e da mesma forma, voltamos também para a paixão do evangelismo. É importante lembrar  que neste degrau você estará liberando seus líderes para começarem em suas lideranças  e terem suas próprias experiências, mas você terá que supervisiona-lo neste processo e ajuda-lo a fazer com os novos discípulos o que você faz com ele (EX: Eu faço e você observa. Eu faço e você ajuda. Você faz e eu te ajudo e você faz e eu observo). O fato de você delegar mais responsabilidade para seus líderes não significa que você o deixará solto, seu poder de arregimentação e supervisão tem que ser bem maior agora do que nos degraus anteriores.

OBS: A Visão começa em células e termina em células.

                                  Célula
                    
                  Enviar                      Ganhar
                       
                    Treinar            Consolidar


2. O que é estabelecer metas?
            Estabelecer metas é a garantia de alcançar e conquistar um alvo.
Por Exemplo: Todo ano o governo estabelece metas para promover o crescimento da nação brasileira. Vamos ver na prática como isso ocorre em algumas áreas de nossas vidas:
  • Estudos:
1. Passar de ano (escolas e colégios)
2. Passar no vestibular (faculdades)
3. Adquirir uma formação para ser futuramente bem sucedido.

  • Profissional:
1. Aumento salarial. O que você vai fazer par conseguir?
2. Dedicação (ser pontual, cumprir suas tarefas, ser pró-ativo)
3. Promoção ( ter um bom cargo, ser bem remunerado) e ter estabilidade.

  • Relacionamentos:
1. Conhecer alguém para casar e construir família.
2. Compromissar
3. Casamento e ter filhos

  • Ministerialmente (liderança espiritual):
1. Assim como você tem alvos em todas as demais áreas de sua vida, hoje você está aprendendo que no seu ministério não é diferente.
2. Entenda que cuidar dos negócios de Deus não é alienar, excluir seus sonhos, abandonar as demais áreas de sua vida. É aprender a priorizar o Reino de Deus e conciliar o desenvolvimento das demais áreas sem perder o foco na liderança.
3. O que sobrecarrega não são as atividades da igreja (ministeriais), mas o medo de não conquistar tudo que se deseja logo. Temos uma necessidade de aceitação e por isso queremos ser reconhecidos pelos outros.

3. Por que ter alvos ministeriais?
            Porque é modo de cumprirmos o chamado (ordenança) de Deus de ir por todo o mundo pregando o evangelho e fazendo discípulos.
Que ordenança é essa? Gn 1:26/ Mt 28:19-20 – Influenciar e dominar a terra e os céus (éden=abundância).

Qual é o objetivo da igreja em células? Fazer de cada um de nós líderes de célula para dominarmos a terra, influenciando com a palavra de Deus.

Obedeça e defina metas que sejam:
  • Específicas (definir, detalhar algo )
  • Mensuráveis (definir prazo)
  • Realistas (pé no chão)
  • Divididas em etapas (escada do êxito)

“Alvos só nascem quando aceitamos o chamado de Deus para nossas vidas.”
COMO INICIAR E LIDERAR UMA CÉLULA

1. O que são células de multiplicação?

  • São reuniões semanais de pessoas salvas já integrantes do Corpo de Cristo, e de pessoas não-salvas que desejamos alcançar com o Evangelho. As reuniões têm por objetivo principal o evangelismo (ganhar vidas, salvar famílias, conquistar cidades, etc). Através delas outras células serão geradas.
  • O alvo principal é ganhar vidas, faze-los discípulos e transformar tais discípulos em líderes que continuem processo.
  • Não consideramos as células uma doutrina, mas cremos que elas definem uma estratégia e moldam o modelo da igreja. As células não são cópias de cultos (minicultos), grupos caseiros, de comunhão, bate-papo, estudos teológicos e muito menos um departamento da igreja. Elas são a própria vida da igreja. As células são uma maneira de nos organizarmos e de sermos expressivos e eficientes dentro do chamado que Deus nos deu. Lembramos que as mesmas devem expressar o mesmo nível de poder, unção e autoridade das ministrações que existem nos cultos.

2. O que é necessário para abrir uma célula?

  • Ser um CL (co-líder) da célula de multiplicação do seu líder.
  • Ter passado pelo processo completo de consolidação (conversão/entrevista), fonovisita (24h), visita (48h a 72h), pré-encontro, encontro e pós encontro.
  • Ter feito o treinamento para abertura de célula de multiplicação.
  • Fazer o reencontro com Deus até a conclusão do 2º Módulo.
  • Estar orando e convidando as três pessoas novas que você quer que participe da célula e se torne um discípulo de Cristo.

3. Orientações sobre a abertura de célula

  • Treine seus discípulos, ungindo-os e preparando-os para o desafio de abrir sua célula de multiplicação.
  • Tenha a autoridade formal e se possível escrita do hospedeiro, para realizar a célula no local pré-definido, ungindo-o e consagrando-o para este novo objetivo. Valorize o hospedeiro, pois ele é peça fundamental para o bom andamento da célula, por isso, deixe claro que a célula traz aquele lar proteção e a benção de Deus, e não retaliação.
  • Ore e jejue com antecedência pelas pessoas e pela reunião. Lembre-se que o Senhor Jesus sempre atendeu em primeiro lugar, as necessidades que as pessoas lhe apresentavam (enfermidades, dúvidas, possessões, fome, etc).
  • Evite ministrações demoradas ou cânticos que venham chamar a atenção ou atrapalhar aqueles que não estão participando da reunião. Seja rápido, prático e objetivo.
  • Lembre-se de que o seu objetivo é evangelizar os perdidos e não a promoção de uma reunião de “crentes” para orarem juntos. Sugira aos evangélicos de outra denominação que quiserem participar de sua célula a terem o seu próprio evangelismo, evitando assim choque de visão ou outros incidentes que      venham afastar aqueles que você queira evangelizar.
4. Orientações práticas sobre uma reunião de célula

a. Oração: Comece a reunião PONTUALMENTE e com breve período de oração, pedindo o mover de Deus na reunião do dia. Durante este período sugerimos deixar um cd tocando de fundo. Lembrete importante : O líder deve chegar com 20 minutos antes do início da célula para orar pelas cadeiras profetizando que eles serão preenchidos por novas almas e também para recepcionar os convidados.

b. Quebra-gelo (duração: 20 minutos): Esse é o momento onde é feita uma breve apresentação, começando pelos líderes da célula, para quebrar a timidez dos participantes. É momento de ambienta-los ao ambiente da célula. No caso da célula ter os mesmos participantes não havendo necessidade de apresentação, passe para o testemunho da semana. Combine com antecedência um testemunho de algum de seus discípulos ou convide um dos novos para testemunhar algo que Deus tem feito em suas vidas. Conclua este momento incentivando as pessoas a convidar seus amigos para vir na próxima reunião da célula.

c. Estudo Dirigido (duração:15 minutos): os líderes não possuem autonomia para criar seus próprios temas, somente validos os temas autorizados pela Igreja Nova Vida em Cristo.

d. Momento de Oração: Ore pelas necessidades apresentadas pelos membros e visitantes da célula (pedido por cura, por parentes e amigo, por exemplo), liberando uma palavra de milagre sobre cada vida. Dependa do Espírito Santo sem, contudo, perder a objetividade e o controle da reunião. Não permita que pessoas estranhas (visitantes) ministrem sobre as ovelhas, este momento é para você e os seus discípulos que estão sendo treinados.

e. Oração de entrega: Faça a oração de entrega visando os visitantes presentes, iniciando o processo de consolidação com aqueles que se decidiram por Jesus. Peça para que todos permaneçam com seus olhos fechados no momento do apelo e repitam, juntamente com os líderes a oração contendo os seguintes pontos a serem confessados: a) Que Jesus Cristo é o Senhor e Salvador de sua vida, b) Que elas aceitam o sacrifício de Jesus na cruz em seu lugar, c) que elas, a partir daquele momento, rejeitam tudo que as impediam de seguir a Jesus, se arrependendo de seus pecados.

f. Encerramento: Utilize este momento para repassar alguns avisos da igreja, lembrando a todos da necessidade de estarem conhecendo a igreja (família espiritual) em que foram inseridas. Reforce a pontualidade na célula.

5. Dicas para o bom funcionamento da célula

a. Pode ser realizada em qualquer horário e local, mas não deve ser mudada depois de definida. O horário da célula não deve conflitar com os horário dos cultos gerais ou da rede a qual pertence.

b. Os líderes deverão se portar convenientemente, evitando excessos de adjetivos carinhosos. De preferência procure memorizar o nome do convidados.Os líderes deverão estar vestidos adequadamente, evitando roupas sensuais ou exageradas para não trazer constrangimento aos visitantes. Não confunda exageros com espontaneidade, respeite o seu jeito de ser.

c. Célula não sai de férias, por isso não desmarque a célula, exceto por programações da igreja.

d. Inicia-se uma célula com cerca de 3 a 5 pessoas.
e. A multiplicação da célula se dará conforme o crescimento e demanda da mesma, desde que atinja o primeiro degrau da Escada de Sucesso (ganhar uma alma célula por mês). Essa multiplicação pode ocorrer num prazo de 6 meses ou menos, dependendo do andamento e crescimento da célula.

f. O espaço aberto na célula para perguntas e dúvidas deve ser conduzido pelo líder, não permitindo que assuntos conflitantes ou fora do que foi ministrado tome conta do ambiente da célula.     

O DIA DA MULTIPLICAÇÃO

O que fazer depois de ter minha célula aberta e estar evangelizando meus amigos?

1. Estabeleça o dia da multiplicação

Um alvo que toda célula deve se esforçar em alcançar é uma data prevista para a multiplicação. Líder, você sabe o dia da multiplicação da sua célula?
            Líderes de célula que conhecem o seu alvo, quando sua célula irá gerar outra, multiplicam os seus grupos de maneira regular e com maior freqüência do que aqueles que não o fazem. Se um líder fracassa em dar importância a alvos que os membros da célula recordam com facilidade terá 50% de chance em multiplicar. O líder que é determinado nos alvos específicos e objetivos tem sua chance aumentada para 75%.

2. Gerando a visão da multiplicação da célula
            A multiplicação não ocorre naturalmente. A verdadeira tendência das células é o acomodamento na comunhão, em permanecer como está. É necessário a implantação da cultura da multiplicação entre os membros da célula e isso cabe ao líder e seus discípulos. O Propósito dessa ação é evitar o exclusivismo que pode mudar o alvo que leva a célula ao evangelismo e ao crescimento, ou multiplicação.
            As pessoas precisam receber a visão da multiplicação que levará cada membro da célula a sonhar com ela, pois sem isso podem corromper o propósito da célula (Pv 28:19). Embora não seja uma tarefa simples, os líderes devem dar um passo de fé e comunicar constantemente às suas células que elas irão multiplicar. Leve-os a crerem no chamado de alcançar outros e faze-los conhecerem a Jesus.
            Se o líder não trabalhar essa expectativa pode ter pessoas que verão negativamente a multiplicação de célula.
            As células da igreja crescem porque tem embutido em cada uma delas uma estratégia de crescimento, que funciona como um “código genético”, implantando por meio da visão e dos sonhos do líder da célula.
            Líder ore por sua célula e sonhe com ela. Peça a Deus que lhe revele o seu desejo para o grupo.
Lembre-se: Você é o DNA de sua célula!

  • Se você tem visão, e acredita nela – você reparte visão e fé.
  • Se você resiste a visão – você reparte resistência à visão.
Seus discípulos reproduzem suas atitudes. E eles entenderão o que elas transmitem!

3. Anunciando seus alvos
Precisamos ser concentrados em nossos alvos de vida. O Pr David Paul Cho afirma “O requisito número um para obter crescimento real e ilimitado é estabelecer alvos” e recomenda quatro princípios:
  • Estabeleça alvos específicos
  • Sonhe com esses alvos
  • Anuncie esses alvos a célula
  • Faça planos para alcançar os alvos

Uma célula sem alvos vira um lugar de concentração, encontros sociais, de comunhão e não um local de alcançar vidas. Se o líder não comunica os alvos para os membros eles não saberão o que estão fazendo naquela célula e não terão um propósito para permanecer nela.

4. Determine seus alvos no âmbito abaixo de sua liderança e peça orientação ao seu líder acima.

            Cada líder tem o desafio de edificar 12 discípulos. A medida que vai levantando esses líderes, vai multiplicando suas células. Por isso, deve estabelecer alvos para cada célula e para todo o conjunto que está debaixo da sua liderança. Isso deve ser feito em harmonia com o líder acima que já recebeu as metas da igreja.

5. Seja criativo pra multiplicar

            Não há uma fórmula mágica, única para alcançar a multiplicação, por isso seja criativo, pergunte muito, imite os bem sucedidos sem se envergonhar. Se alguém já alcançou êxito através de alguma estratégia procure saber, imite-o e usufrua dos frutos da idéia dos outros.
            Jonh Wesley mudava suas estruturas e métodos, quase contra a sua vontade, para salvar almas. Ele não queria pastores leigos, mas usou, pois eram capazes de alcançar mais incrédulos. Ele não queria pregar a céu aberto, mas fez e produziu uma das maiores histórias de avivamento que se tem notícia. Ouse inovar e colha os frutos.

6. Não tema o fracasso

            Nem todas as células alcançam êxito em multiplicar, em levantar novos líderes, de imediato. Isso não é incomum, mas aproveite para aprender com o fracasso pelos quais passar. Líderes bem sucedidos aprendem com suas falhas, tornando-se conseqüentemente mais fortes.

“Para o líder bem sucedido, o fracasso é o começo, o trampolim da esperança”

“Muitas pessoas sonham com o sucesso. Para mim, o sucesso somente pode ser obtido por meio de fracassos repetidos e introspecção. De fato, o sucesso representa aquele 1% do seu trabalho que é apenas o resultado dos 99% dos chamados de fracasso”. (Soichiro Honda, fundador da Honda Motors)

A ALIANÇA DAS CÉLULAS

1. A aliança da graça: Cl 3:4-15 – Faça a escolha de amá-los e aceita-los, não importando o que digam ou façam. Você pode não concordar com suas ações, mas ame-os como pessoas e oriente-os na certeza do amor de Deus. Os relacionamentos existem na base de alianças.

2. A aliança da intercessão: II Ts 1:11-12/ Tg 5:16 – Faça um compromisso de orar pelas pessoas da célula regularmente. Comprometa-se a cobrir em oração o ministério no qual ele trabalha. Firme esse compromisso de oração e de defesa dos seus pastores e líderes(12), guardado em santidade cada geração que antecede, para fazer cumprir o chamado delegado  pelo Senhor Jesus através da Sua igreja (I Ts 5:25/ II Ts 1:11 e 3:1/ Hb 13:18).

3. A aliança da honestidade/transparência: Rm 7:15-25/ Ef 4:25-32 – Empenhe-se para se tornar uma pessoa sincera e franca. Não esconda como se sente, mas procure, no tempo do Espírito, conversar francamente e diretamente com as pessoas de modo amoroso e perdoador, para que vocês não fiquem desestruturados quando estiverem em dificuldades e para que nossas frustrações mútuas não se transformem em amargura (Ef 4:15). A intensidade com que vai fazer isso tem como implicação o fato de que você não vai conseguir nada sem as pessoas de sua célula. Cada uma delas tem valor e você precisa delas!

4. A aliança da confiabilidade: Pv 10:19 , 12:23 , 15:4 e 18:6-8 – Mantenha em sigilo tudo o que for compartilhado pelas pessoas, de modo a proporcionar uma atmosfera de confiança, necessária à transparência. Entenda no entanto, que esta confiabilidade não proíbe o seu líder imediato de compartilhar, seja verbalmente, seja por escrito, informações adequadas ao seu pastor. Entenda que os líderes trabalham sob a supervisão pastoral, e lhes foi delegada a autoridade como extensão do ministério de cuidado pastoral da igreja. Como resultado, devem prestar contas aos pastores desta igreja, que prestam contas ao Pastor Maior, Jesus Cristo, nosso Senhor (Hb 13:17).

5. A aliança do evangelismo: Mt 25:31-46 – Dê o máximo para trazer dois ou mais incrédulos ou pessoas sem igreja para a sua célula durante o seu ciclo o seu ciclo de vida. Faça-o por amor a Jesus, para que outras pessoas sejam adicionadas ao Reino de Deus pelo amor d’Ele.

6. A aliança da Multiplicação: Gn 12:2 – Comprometa-se a cumprir e reproduzir fielmente todos os direcionamentos passados pela liderança, bem como empenhar-se para cumprir as metas dadas para cada ano para sua célula e equipe. Nada faça por competição, individualismo ou egoísmo, mas por amor a Deus, à Sua palavra, à sua liderança e às almas. Comprometa-se a ser um instrumento de Deus para sarar sua cidade e o seu pais (II Cr 7:14).

7. A aliança da disponibilidade/assiduidade: At 2:47/ Lc 9:57-62 – Coloque-se a inteira disposição e diga: “Aqui estou se precisar de mim” . Tenha um coração disponível. O que você tem: tempo, energia, entendimento, bens e recursos devem estar à disposição de Jesus. Não entristeça o Espírito Santo, nem impeça o seu trabalho na vida dos seus irmãos pela ausência, exceto em caso de emergência. Se estiver impossibilitado de comparecer por qualquer razão, por consideração, telefone para seu líder, para que todos os membros da célula saibam o porque você está ausente, para que possam orar por você e não tenham maiores preocupações contigo.

8. A aliança do discipulado: Mt 28:18-20 – Comprometa-se a ser fiel, íntegro e idôneo para com seus líderes, bem como, na proposta de formar também os seus discípulos, seguindo a risca todas as orientações que venham a receber dos seus líderes (12), desde que sejam fieis às Escrituras Sagradas. Tenham por objetivo: “Fazer de cada não cristão um cristão, de cada cristão um discípulo, de cada discípulo um líder que frutifique em célula”.

9.A aliança da submissão: Rm 13:1-7 – Faça a aliança de sujeitar-se a toda e qualquer autoridade delegado por Deus, seja ela eclesiástica, militar ou civil (Ef 6:5-8/ I Pe 2:17/ I Tm 2:1-3/ Ec 10:20). Comprometa-se a servir-los com amor e dedicação, como se estivesse servindo ao próprio Senhor Jesus. Aprenda a conhecer o coração do seu líder, assim como você quer que ele conheça o seu.

10. A aliança da prestação de contas: Ex 3:16-21 e Mt 18:12-20 – Dê aos seus líderes o direito de questionar, confrontar e desafiar em amor, quando você estiver falhando em algum aspecto na sua vida com Deus, família, devocional, crescimento espiritual em geral ou algo semelhante (Pv 12:1,15). Também comprometa-se a entregar em tempo hábil o que lhe for solicitado por seu líder, quer seja relatórios, consolidações, resumos de livros ou quaisquer outras coisas necessárias para e deslanchar da meta.     

Material para discipulado part 1


DISCIPLINA NA IGREJA

Restaurando os que caem

            A disciplina na igreja é um dos principais meios que Deus usa para corrigir e restaurar seus filhos, quando caem em pecado. É também um modo pelo qual Ele mantém a unidade, pureza, integridade e boa reputação da igreja. Através de instrução, admoestação, conselho e repreensão, tanto em público como em particular e, em alguns casos, até por meio de exclusão social ou remoção do rol de membros, Deus corrige seus filhos desobedientes ou, então, remove da igreja aqueles que não são realmente seus. O próprio Senhor Jesus declarou ser a igreja o instrumento que o céu emprega para executar essa difícil, porém necessária, função (Mt 18:18-20).
            O propósito desta declaração é definir, em termos gerais, cinco classes de comportamento pecaminoso que podem tornar a disciplina eclesiástica necessária e explicar como a bíblia nos instrui a lidar com cada uma delas. Todavia, não devemos presumir que toda situação se encaixará facilmente em uma única categoria. Freqüentemente, questões que requerem o uso da disciplina são uma mistura de combinações ou variações dessas classes gerais, o que dificulta determinar o procedimento correto para cada caso. Portanto, a igreja deve ministrar a disciplina com oração, com a aplicação diligente das Escriturar e na dependência do Espírito Santo.

1. Falhas Menores              
           
Falhas menores são atitudes e ações tais como aspereza, impaciência, murmuração, reclamação, negativismo, mesquinharia, ostentação, irritabilidade, falar demais ou falar em ocasiões impróprias, falta de confiança, ansiedade, falta de coragem, egoísmo, etc. Esses são pecados menores em comparações; porém, contrários às instruções bíblicas, contentes, sempre agradecidos e alegres, prontos a perdoar, humildes, tardios para falar, tardios para nos irarmos, confiantes no Senhor, corajosos, abnegados, etc.
A Bíblia nos permite e até mesmo nos incentiva e relevar falhas menores, em vez de recorrermos à disciplina (Pv 10:12; 19:11; Rm 15:1; Fp 4:5; I Pe 4:8). Caso uma falha menor seja considerada séria o bastante para tornar necessária uma abordagem pessoal, devemos ter um cuidado especial para levarmos em conta as palavras de Cristo sobre remover o “argueiro” no olho de nosso irmão, enquanto houver uma “trave” em nosso próprio olho (Mt 7:1-5). Somente se uma falha menor se repetir freqüentemente ou de modo tão perturbador, que cause dano à igreja, é que se deve tomar alguma medida que vá além de instrução, advertência e repreensão individual.

2. Pecados que não podem ser confirmados

            Independentemente de serem falhas menores ou mais graves, pecados que não podem ser confirmados são os que somente um membro tem conhecimento, além dos envolvidos na culpa. Além disso, são de uma natureza tal que se caracterizam como ofensa para as quais nada pode ser apresentado como prova. Por exemplo: insultos proferidos em particular, agressão física ou furto dos quais não se pode encontrar qualquer evidência física ou circunstancial; quebra de um trato verbal sem testemunhas, conhecimento pessoal do comportamento ilícito de um membro da igreja.
            Em tais casos, pode ser necessário que a pessoa ofendida ou a única testemunha repreenda o culpado em particular. Contudo, se tal repreensão não for bem sucedida, e o indivíduo culpado não estiver disposto a admitir seu pecado aos demais, nada mais poderá ser feito pela igreja. O caso terá que ser entregue a Deus; não deve ser exposto a mais ninguém (Mt 18:16; Dt 19:15; Pv 25:8-10). Nota: exceções a essa regra incluem a denúncia de ofensas criminosas às autoridades competentes, quando for o caso ou quando exigido por lei, e/ou alertando quaisquer indivíduos que precisam saber da ofensa por motivo de sua segurança. Porém, mesmo em tais casos deve-se evitar divulgação desnecessária entre os membros da igreja.

3. Ofensas de natureza pessoal

            Ofensas de natureza pessoal são aquelas que acontecem entre dois crentes – mais especificamente, entre dois membros de uma mesma igreja. Ofensas pessoais podem ser definidas como “qualquer comportamento pecaminosos por parte de um membro que prejudique a outro”. Por exemplo: insultos, calúnia, violação de confiança ou trato pessoal, abuso físico ou sexual, adultério, agressão física, furto, vandalismo, etc.
            Em tais situações, a pessoa ofendida deve seguir as instruções de Mateus 18:15-17:

ü  Ele Deve primeiramente procurar a pessoa culpada, e em uma conversa particular, explicar o motivo da ofensa, procurando leva-la ao arrependimento (Mt 18:15).
ü  Se a pessoa culpada permanece impenitente, a pessoa ofendida deve ter muita cautela antes de prosseguir, tomando outras medidas. Se a ofensa for impossível de ser comprovada (conforme as definições de item dois), ou se não for algo relevante para que seja encaminhado à igreja toda, então, o caso não deve ser levado adiante.
ü  Se a ofensa for significativa e passível de ser comprovada, deve-se programar um encontro (uma espécie de avaliação ou julgamento, como em 1º Cor 6:1-8) no qual a pessoa ofendida poderá apresentar sua queixa à parte culpada na presença de mais um ou dois membros (Mt 18:16). Estes devem ser testemunhas da ofensa ou membros maduros que tenham discernimento para avaliar a evidência e o relato de cada um, questionar ambas as partes com objetividade, determinar a culpa ou responsabilidade e oferecer o aconselhamento bíblico apropriado.]
ü  Se a pessoa culpada permanecer impenitente, mesmo após sua culpa ter sido comprovada perante as testemunhas, a questão deve ser sido comprovada perante as testemunhas, a questão deve ser relatada à membresia da igreja em assembléia (Mt 18:17). Se o culpado estiver presente na reunião, os presbíteros devem repreende-lo publicamente e instar com ele para que confesse seu pecado e se arrependa.

Caso a pessoa culpada não esteja presente, ainda assim a questão deve ser exposta à igreja (naturalmente, com limitação de detalhes). Em todo caso, os membros da igreja devem ser encorajado a fazer um esforço pessoal para persuadir-la a se arrepender. Uma data deve ser marcada para uma reunião final, na qual o assunto será concluído. A pessoa culpada deve ser notificada sobre essa reunião (ou pessoalmente ou via correio com Ar) e ser encorajada a comparecer na esperança de que faça uma confissão pública.
Nota: visto que a culpa já foi estabelecida no “julgamento preliminar”, normalmente nas reuniões subseqüentes não será dada qualquer oportunidade para o ofensor se defender publicamente ou debater a questão).

ü  Na reunião final, será oferecida à pessoa culpada (caso esteja presente) um última oportunidade para se arrepender e ser restaurada. Tratando-se de uma ofensa conhecida publicamente, o arrependimento começaria com uma confissão pública. Se a pessoa permanecer impenitente ou não estiver presente, será considerada incrédula e excluída do rol de membros(Mt 18:17).
ü  Ainda que o ofensor, em algum momento antes de ser excluído, venha a arrepender-se,a restituição e/ou outras ações corretivas podem ser necessárias, conforme determinado pelos presbíteros (tais como, prestação de contas, remoção de cargos eclesiásticos, aconselhamento, etc.).

4. Desobediência pública

            A desobediência pública é descrita como um comportamento pecaminoso que causa dano à unidade, à integridade doutrinária, à pureza ou à reputação da igreja como um todo. Essa categoria inclui falso ensino, facções, contenda, fofoca, calúnia contra a igreja ou seus líderes, insubordinação, imoralidade sexual, embriaguez, cobiça, furto, desonestidade, explosões da ira ou briga, linguagem obscena, recusa deliberada em prover sustento à família, divórcio ou novo casamento sem respaldo bíblico, violação de confiança ou de contrato publicamente conhecido, etc. Em tais casos, os dois alvos da disciplina eclesiásticas são:

ü  Proteger e preservar a unidade, integridade doutrinária, pureza e reputação da igreja (At 20:28-31; Hb 12:14-16).
ü  Identificar aqueles que começam a cometer pecados dessa natureza, empregar várias medidas bíblicas para convoca-los ao arrependimento e restaurá-los sempre que for possível (Gl 6:1; Tg 5:19-20).
Diferentemente da singularidade e clareza das instruções para a resolução de ofensas pessoais (Mt 18:15-17), as instruções sobre a maneira de lidar com atos de desobediência pública são diversas. Especialmente nesta questão, devemos parar, orar, buscar conselho sábio e aplicar as Escrituras com cuidado, considerando cada caso individualmente.
A seguir há um quadro geral das amplas medidas bíblicas que nos são dadas a fim de lidarmos com a desobediência pública. Nem toda medida aqui citada será apropriada para cada caso. Elas estão organizadas por ordem crescente de severidade, começando com as mais brandas até chegarmos às mais diretas, mas isso não significa que devam ser aplicadas necessariamente nessa mesma ordem.
Esteja atento. Fique alerta contra tais ofensas (At 20:28-31; Hb 12:14-16).
Não devemos sair exaustivamente à procura de ofensas ou oportunidades de exercer disciplina (Mt 13:28-30).mas temos de ser vigilantes, prontos a lidar com comportamento pecaminoso quando ele se tornar conhecido.
Observe aqueles que estão causando ofensas e monitore-os de perto (Rm 16:17; 2º Tm 3:1-5; 4:14-15). Isso é uma responsabilidade específica dos presbíteros que pastoreiam o rebanho.
No novo testamento somos advertidos de que haverá alguns que professam ser cristãos que procurarão fazer mal à igreja (At 20:30; 2Pe 2:1-3). Uma pessoa que começa a ensinar de forma contrária à sã doutrina, que é facciosa ou insubordinada ou que procura se exaltar (3 Jo 9:10) pode ser um “lobo disfarçado de ovelhas” e precisa ver vigiada com atenção para que as verdadeiras ovelhas sejam protegidas.
Corrija por meio de ensino (2 Tm 2:24-26; Tt 1:9). A palavra de Deus é poderosa e eficaz. Em todos os casos, especialmente quando medidas mais diretas ou severas não são imediatamente necessárias, presbíteros e outros instrutores devem abordar a desobediência pela aplicação das Escrituras de forma convincente, com humildade, gentileza e paciência (2º Tm 3: 16 ; 4:2).
Rogue ao(s) ofensor(es) que se arrependa(m) (1º Cor 1:10-11; Fp 4:2-3). Paulo rogou à igreja em Corinto coletivamente e, em Filipos a Evòdia e Síntique individualmente, instando que deixassem de ser facciosas ou contenciosas. Em ambas as situações, seus apelos, que foram feitos por meio de cartas abertas à igrejas, também serviram como uma forma branda de repreensão pública.
Admoeste sobre as conseqüências (I Ts 5:14; Tt 3:10-11). Crentes desordeiros ou desobedientes que não correspondem a medidas disciplinares brandas ou discretas estão se expondo a uma repreensão pública, exclusão social ou até mesmo exclusão da igreja. Avise-os a respeito desta conseqüências vergonhosa e dolorosas. Avise-os de forma ainda mais séria com respeito ao dia em que eles terão de apresentar-se perante o Senhor Jesus, para serem julgados conforme suas obras (2º Cor 5:9-11).
Repreenda-os (Mt 16:22-23; Gl 2:11-14; 1º Tm 5:20; Tt 1:13; 2:15).
A possibilidade de uma repreensão pública deve ser um incentivo poderoso a abandonar comportamento pecaminoso, tanto para o que é reprovado como para os demais que testemunham a repreensão. A repreensão pública também serve como a instrução pública, por identificar e expor a natureza do erro (Ef 5:8-13).
Faça-os calar (Tt 1:10-11). Paulo insistiu na necessidade de se fazer calar os falsos mestres e as pessoas facciosas, e isso significa que os líderes da igreja devem fazer todo esforço para silencia-los. Isto pode ser alcançado por meio de advertência individual, repreensão e exposição pública do erro, remoção de um cargo de ensino na igreja,etc.
Envergonhe-os por meio da exclusão social (2º Ts 3:6, 14-15). Demonstre a eles que seu comportamento não é aceitável à igreja, excluindo-os de toda forma de comunhão, porém sem remove-lo do rol de membros. Nota: esse tipo de exclusão fraternal é raro no novo testamento. Provavelmente, encontra-se menção disso somente em 2º Tessalonicenses capítulo 3, onde a ofensa era a ociosidade e o andar desordenadamente, devido a uma visão mal orientada sobre a iminência de volta de Cristo. È possível que tal exclusão seja mencionada também em 2º Coríntios 2:5-8, contudo, naquele caso, as razões são desconhecidas. A referências em Romanos 16:17 quase provavelmente diz respeito a pessoas de fora, e não a membros da igreja.
Todas estas diversas medidas intentam corrigir e restaurar, assim como manter a paz e a pureza. São aplicadas enquanto ainda existe esperança de arrependimento. Nenhum delas é tão severa quanto a exclusão de rol de membros, que será o assunto da próxima subdivisão.

5. Iniqüidade intolerável
           
            Iniqüidade intolerável diz respeito a situação onde só resta um procedimento adequado: a exclusão do rol de membros. Há três tipos de ofensores cujo comportamento deve ser considerado intolerável e que precisam ser excluídos.
            Transgressores impenitentes – aqueles que se recusam a reconhecer seu pecado e a se arrependerem, mesmo, após repreensão pública e exortação por parte de toda a igreja (Mt 18:17).
            Pessoas culpadas de ofensas gravíssimas – aquelas que cometem um pecado tão grave, vergonhoso ou notório, que, se não forem excluídas, podem manchar a reputação de Cristo e de sua igreja (Rm 2:21-24; 1º Cor 5:1,5,13).
            Transgressores que são afamados por suas iniqüidades – cristãos professos que são conhecidos publicamente por pecados tais como heresia, apostasia, divisões, imoralidade sexual, embriaguez, lascívia, etc. O estilo de vida pecaminoso de tais pessoas as torna indistinguíveis dos descrentes. Em outras palavras, eles são tão caracterizados por falsas crenças, falso ensino, intenções destrutivas, afeições mundanas ou vidas imorais que não podem, por definição, ser consideradas cristãos (I Cor 5:11-13; 6:9-10; Gl 5:19-21; Tt 1:16; 1º Jô 1:5-6; 2:3-4; 3:9-10; 2º Jô 9:11).
            Em tais casos, nada mais é necessário além dos fatos serem estabelecidos, antes que alguém seja excluído.
            Precisamos observar que em 1º Cor 5, Paulo não instruiu a igreja a primeiramente advertir o homem incestuoso ou procurara conduzi-lo ao arrependimento. Nenhum ordem foi dada para que ele fosse repreendido, publicamente ou em particular, antes de excluí-lo. Uma vez que a imoralidade flagrante do homem era conhecida por todos, Paulo ordenou expulsa-lo da igreja imediatamente (1º Co 5:5,13). No verso 11desse mesmo capítulo, Paulo nos dá uma lista de outros tipos de transgressores que devem ser tratados da mesma maneira (veja igualmente 1º Tm 1:20 e Tt 3:10-11). Até mesmo se o indivíduo expressar tristeza, ao ver seu pecado exposto, a exclusão ainda é necessária, a fim de manter o bom nome da igreja e a reputação de Cristo.

CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS

1. O resultado almejado da disciplina na igreja é sempre o arrependimento e a restauração do ofensor. As medidas empregadas, quer sejam em particular ou em público, devem sempre ser tomadas em espírito de amor, gentileza e humildade (Gl 6:1-2). Quando a restauração não ocorre, e a exclusão se torna necessária, ficamos felizes por ver preservada a pureza de Cristo e de sua igreja, mas devemos lamentar, individual e coletivamente, pelo fato de que alguém com quem mantínhamos comunhão tenha se revelado um incrédulo.

2. O arrependimento genuíno consiste em mais do que tristeza e lágrimas (2] Cor 7:9-11). O arrependimento verdadeiro torna-se evidente quando um transgressor está disposto não somente a abandonar seu pecado, mas também a confessa-lo a todos que são por ele afetados (inclusive aos membros da igreja em geral, se isso for  necessário, de acordo com a determinação dos presbíteros) e a restituir, conforme o caso.

3. Quando um membro é excluído do rol de membros da igreja, ele não poderá desfrutar da comunhão da igreja e perderá todos os seus privilégios. Membros que mantiverem qualquer associação necessária com uma pessoa excluída não devem participar juntamente com ela de qualquer atividade que possa ser interpretada como comunhão cristã (2º Cor 6:14-17; Ef 5:11). Além disso, a maneira como esta associação se desenrola nunca deve dar qualquer impressão de aprovação do comportamento daquela pessoa ou de desaprovação das ações disciplinares tomadas pela igreja (Pv 17:15).

4. Ao tratar-se de um membro excluído, a reintegração será considerada com grande cautela e somente após ter-se repetido todo o processo requerido para fazer parte da membresia. Dependendo da natureza da ofensa, um membro reintegrado pode se tornar desqualificado para exercer ofícios bíblicos na igreja, como, por exemplo, presbítero ou diácono, devido à sua reputação maculada, quando as questões envolvem casamento, divórcio ou alguma fraqueza em uma área específica (1º Tm 3:2-3,7,10; Tt 1:6-8; 1º Pe 5:3)

5. Questões relativas à disciplina devem ser tratadas de imediato, logo que o pecado é descoberto. É inadequado adia-las, uma vez que isso estima a continuidade do pecado, mantém na igreja um clima tenso e desagradável e cria um sentimento de indiferença em relação ao comportamento pecaminoso.

6. Se um membro que causa ofensa deixa a igreja, após o início de uma ação disciplinar e antes de sua exclusão do rol de membros, a questão será levada até uma conclusão (significando que a exclusão formal ainda ocorrerá, como se o membro recentemente excluído (ou um que esteja fugindo da ação disciplinar) está procurando ingressar em outra igreja, um dos presbíteros deve marcar um encontro em particular com o pastor ou líder daquela igreja, juntamente com o ofensor, com a finalidade de discutir a questão em andamento e proteger a outra igreja (2º Tm 4:14-15).

7. Quando dois membros discordam sobre culpa ou grau de responsabilidade, a questão deve ser levada aos presbíteros ou a outros homens maduros da igreja, que julgarão conforme o modelo encontrado em 1º Cor 6:1-8.

8. Todo membro precisa entender que nunca deve processar judicialmente ou mesmo participar de alguma ação legal contra a igreja ou qualquer membro, em se tratando de questão disciplinar. De fato, qualquer crente que cogita mover uma ação legal contra outro crente, por qualquer motivo que seja, deve atentar à proibição feita por Paulo a tal comportamento (1 Cor 6:1-8).

9. Deixar de assistir aos cultos, de modo persistente e deliberado, é um pecado que requer disciplina por parte da igreja (Hb 10:24-25). A ausência persistente, exceto em circunstâncias inevitáveis como, por exemplo, doença prolongada, incapacidade uma ofensa pública e abordada como tal. Aqueles que persistem em se ausentar sem motivo legítimo, mesmo após serem exortados e advertidos pela igreja, serão excluídos do rol de membros. Nota: não temos estabelecidos um prazo específico de tempo para determinar que a ausência de alguém seja considerada como “persistente”. Cada situação será tratada individualmente. Também seremos diligentes em realizar a investigação mais completa e abrangente possível para determinar as causas da ausência. Até que o contrário seja provado conclusivamente, assumiremos que o(s) motivo (s) pela ausência seja(m) legítimo(s). O ofensor somente será excluído da igreja de forma deliberada e pecaminosa.

10. As palavras de Paulo em 1º Tm 5:19 (“Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas”) não devem ser interpretadas de modo que signifiquem que os presbíteros estão protegidos contra uma ação disciplinar cabível. Paulo reconhecia que os presbíteros, estando em uma posição de autoridade, poderiam facilmente se tornar alvo de acusações falsas e inconseqüentes. Sua ordem é simplesmente uma admoestação para que vigiemos contra tais abusos. Os presbíteros são membros da igreja assim como todos os outros e estão sujeitos à disciplina, conforme os mesmos princípios bíblicos citados acima. Nota: a remoção de um presbítero do seu cargo devido a uma falha evidente para com as qualificações bíblicas é uma questão que não temos abordado detalhadamente neste livreto. Quanto a isso, temos um documento, não publicado em português, intitulado Designando e removendo presbíteros.

11. A educação e a disciplina dos filhos é, biblicamente, responsabilidade e obrigação dos pais, especialmente do pai (Pv 13:24; 19:18; 23:13-14; Ef 6:4). Pais que são membros da igreja e negligenciam esta responsabilidade ou recusam-se educar e disciplinar apropriadamente o filho, permitindo que seu comportamento pecaminoso se prolongue, estão cometendo uma ofensa pública e estarão sujeitos a serem disciplinados pela igreja. O pai continua sendo responsável pelo filho adulto que se tornou membro da igreja, enquanto este ainda vive sob sua autoridade. Se o pai que for membro se recusar ou negligencias sua tarefa de educar e disciplinar um dependente que for membro da igreja, e, em conseqüência disso, o pecado do filho seja continuado, tanto o pai quanto o filho estarão sujeitos à disciplina pela igreja. Porém, isso não se aplica aos pais que se esforçam diligentemente por educar e disciplinar biblicamente um filho excepcionalmente obstinado que continua rebelde e desobediente, apesar de todos os seus esforços. Entretanto, até mesmo nesses casos raros, se o comportamento da criança ou jovem for tão perturbador, imoral e/ou violento, a ponto de impedir que as reuniões da igreja se realizem de forma segura, pacífica e ordeira, será solicitado do indivíduo que se retire da igreja até que se possa pôr termo a esta situação. Se o problema persistir, poderá ser excluído do rol de membros.

UM PENSAMENTO FINAL

            Reconhecemos que existe certa tensão entre os diferentes princípios envolvidos na disciplina eclesiástica. Por um lado, somos recomendados à brancura em Gl 6:1 e, por outro, à severidade em Tt 1:13. Conquanto nunca sejamos autorizados a ter um espírito crítico e condenador (Mt 7:1), somos, de qualquer forma, obrigados a julgar “os de dentro” (1º Cor 5:12). Assim como somos convocados a amar de modo que estejamos dispostos a “cobrir” determinados pecados (1ºPe 4:8), também devemos nos exortar “mutuamente a cada dia”, a fim de que nenhum de nós seja “endurecido pelo engano do pecado” (Hb 3:13). Essa tensão é mais evidente no fato de que devemos amar o nosso irmão assim como Cristo nos amou (Jo 13:34-35) e, ao mesmo tempo, devemos estar dispostos a considerá-lo um incrédulo e lança-lo fora de nosso meio, se ele continuar em pecado (Mt 18:17; 1º Cor 5:11).
            Pode ser tentador usar a palavra “equilíbrio” para descrever nosso desejo de lidar com essa tensão, mas, conforme é tipicamente compreendida, a palavra “equilíbrio” denota um escape das obrigações e convicções, na tentativa de não parecermos “desequilibrados” ou excessivamente zelosos. O problema com esse entendimento é que as Escrituras nunca orientam os crentes a serem pessoas “equilibradas” neste sentido. Pelo contrário, somos ordenados a sermos zelosos e fervorosos, tanto no amor pelo próximo (Cl 3:14; 1º Pe 4:8) como em nossa busca pela santidade e a pureza da igreja ( Tt 2:14; Hb 12:14-17).
            O que isso significa para a igreja nas questões referentes à disciplina é que nunca devemos confiar em nosso próprio entendimento humano, o qual é propenso a levantar-se contra a palavra de Deus. Significa ainda que devemos estudar as escrituras, confiar nelas e obedecer-lhes, mesmo quando a tensão que percebemos entre nossas obrigações bíblicas possam parecer insuportáveis. Precisamos ter em mais alta estima ambas as metas da disciplina na igreja (restaurar o indivíduo e manter a pureza da igreja), sempre permitindo que a palavra de Deus determine nosso procedimento.

Passagens-Chave das escrituras com respeito à disciplina na igreja



1. Hebreus 12:14-16
2. Efésios 5:11
3. Mateus 18:15-17
4. 1º Coríntios 5:1,2,5-7,11-13
5. Gálatas 6:1-2
6.Tiago 5:19-20
7. 1º Tessalonicenses 5:14
8. 2º Tessalonicenses 3:6,14,15
9. 1º Timóteo 5:20
10. Provébios 27:5
11. Tito 3:10-11
12. Romanos 16:17
13. 2º João 9-11
14. 2º Coríntios 7:9-11 





Questionário

1. Qual o instrumento usado por Jesus para corrigir os filhos desobedientes de Deus?

2. Dê cinco exemplos de atitudes  que podemos caracterizar como falhas menores?

3. Qual deve ser a atitude da igreja diante de uma pessoa que não está disposto a admitir seu pecado?

4. Como podemos definir ofensas de natureza pessoal?

5. De que maneira podemos descrever a desobediência pública?

6. Como a igreja do Senhor deve proceder com a pessoa que praticam desobediência pública?

7. De acordo com seu conhecimento como você descreveria a iniqüidade?

8. Há três tipos de ofensores (iníquos) cujo comportamento deve ser considerado intolerável e que precisam ser excluídos. Cite e explique cada um.

9. Podemos afirmar que a disciplina é um meio que Deus usa para obter qual resultado?

10. Em que consiste realmente o arrependimento genuíno?

11. Descreva sua opinião sobre disciplina na igreja.
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